3.09.2014

Aveiro é uma cidade deserta, moribunda e descaracterizada

Aveiro é uma cidade deserta, moribunda e descaracterizada
Edifício onde funcionou a antiga pensão barros, restaurante "Jagunço" hoje votado ao abandono senão em vias de ruína
Duas pastelarias vão resistindo à crise, a Estação 90 e Bissau

Rua Cândido dos Reis, principal artéria da cidade que liga o antigo Quartel Bia (Brigada de Infantaria de Aveiro) e à Estação da CP, está praticamente sem comércio.

Aqui temos a estátua do Dr. Lourença Peixinho, personalidade ímpar da cidade de Aveiro

Neste edifício funcionou a Delegação do extinto Jornal “Diário Popular”, onde desempenhei funções, sob a orientação do grande jornalista Daniel Rodrigues, que infelizmente já não está entre nós. Saudades! Assim aprendi a fazer jornalismo sério e imparcial.

Edifício da antiga Estação da CP com azulejos únicos, verdadeira obra de arte, sendo visitada anualmente por milhares de turistas 
Neste quarteirão da Rua Cândido dos Reis, já funcionaram diversos restaurantes, existiu o armazém Bruno & Rocha, cujo estado de conservação deixa muito a desejar.
Edifício da antiga Mercearia Tricana, hoje uma conceituada Pastelaria

Zona residencial na Rua de Viseu paralela com a Rua Barros Moura e do Bairro das Barrocas

Dando seguimento ao Projecto de Imagem e Comunicação, achei por bem dedicar alguma atenção à zona da Estação da CP de Aveiro, localizada ao fundo da Av. Dr. Lourenço Peixinho, onde há uns anos o comércio estava em alta, onde não faltava o convívio entre a classe trabalhadora.
A famosa Av. Dr. Lourenço Peixinho, deixa-me profundamente triste, porque está praticamente deserta, onde a certas horas da noite até mete medo caminhar por ali, com o receio de ser assaltado.
A cada passo encontram-se antigos estabelecimentos comerciais encerrados, prédios com aspecto de abandono, com ameaças de derrocada, sem que nada seja feito para alterar o estado de coisas.
Quem conheceu esta avenida há uns 30 anos, via por todo o lado os tropas passearem pelas ruas, a aglomerarem-se na Estação para tirar bilhete, que os levava a passar o fim-de-semana a casa, ora tudo isso acabou.
A movimentação que se nota na cidade de Aveiro deve-se aos estudantes da Universidade de Aveiro, ainda assim cada vez com menos expressão. A algazarra que se ouvia durante a noite provocada pelos estudantes da UA tem vindo a diminuir, quiçá, por quebra de poder de contra, na medida em que a crise tudo minou.
O estado a que chegou a cidade de Aveiro é lamentável, passando a ser uma cidade deserta, moribunda e descaracterizada. Existem ruas onde praticamente não se vê ninguém a circular, quando antes se via um movimento expressivo, onde havia mercearias, lojas de roupa, entre tantas outras, agora não têm nada.
Não estou a exagerar nos termos e, quem duvidar dê uma volta pela cidade dizendo de seguida o que viu. Há quem opte por manter uma habitação fechada do que aluga-la a uma renda mais baixa, enfim, são opções que devem ser respeitadas.
Quem visitou o Centro Comercial Oita e o Centro Comercial Riaplano, deve ter sentido uma invasão de arrepio pelo que assistiu. O primeiro era ponto de encontro, o segundo nunca se traduziu naquilo que os seus construtores sonharam que era ter uma via de circulação para a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, traduzindo-se assim num total fracasso.
A maioria das lojas estão encerradas, umas em falência outras desocupadas. Que sentimento de vazio…
Naturalmente que, tudo isto é o reflexo do aparecimento das grandes superfícies comerciais, que foram sendo construídas sem salvaguardar os interesses dos pequenos comerciantes, nesses nem pensou ainda se tenham registado algumas reacções da parte da Associação Comercial de Aveiro, porque a mais-valia para a região era o licenciamento de quem tudo destruiu.
A zona habitacional que circunda a Estação da CP está num estado miserável, com uma péssima estética paisagística, salvaguardando as instalações da antiga estação, cuja beleza se vai mantendo, sabe-se-lá até quando numa altura que só se fala em contenção de despesas de forma cega.
Os terrenos ocupados pela antiga fábrica de iates, está inundado de silvas, propício à criação de toda espécie de bichos, tornando-se num perigo para as pessoas que ali passam. Se os terrenos têm proprietários porque não são obrigados a mantê-los limpos? Aqui fica esta observação.
Como se diz: uma imagem vale mais que mil palavras, as imagens aqui disponibilizadas, espero que digam tudo aquilo que não escrevi, porque podiam ser desagradáveis.

Como se diz: uma imagem vale mais que mil palavras, as imagens aqui disponibilizadas, espero que digam tudo aquilo que não escrevi, porque podiam ser desagradáveis.

NB: as imagens aqui disponibilizadas podem ser usadas na condição de que seja feita referência da sua fonte, a saber: Projecto Imagem e Comunicação, Coordenado por Joaquim Carlos.


  

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